Como todo bom brasileiro, eu também gosto de fazer e ouvir críticas ainda que sejam negativas, mas que tenham um teor construtivo. Algumas vezes levei tal proeza tão à sério, que cheguei a ter umas dessas minhas passagens publicadas no jornal O Globo na sessão "Carta dos leitores". Entretanto outros escritos da mesma categoria não fizeram parte do noticiário, acho eu que por motivos políticos. Porém neste meu espaço posso fazer a crítica que quiser, e aqui vou colocar até mesmo as redações que não foram publicadas. Como diria Mário Jorge Lobo Zagallo: "Vão ter que me engolir!" Se você também tem uma crítica sobre qualquer tema, mande um E-Mail. Quem sabe sua redação não vai pro ar?
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(carta enviada por E-Mail ao jornal O Globo publicada em 27/07/97)
Saúde e CPMF,
P
revisível o que ocorre com o sistema público de saúde contrastando com a enorme arrecadação do Dr. Adib Jatene. Somente quem não estava no Brasil poderia acreditar que a CPMF resolveria os problemas da saúde. Todos nós sabemos que a questão não passa somente pela arrecadação, mas também pela forma como é gasto todo esse montante. Tenho absoluta certeza de que brasileiro nenhum se recusaria a pagar tal imposto. Porém não é isto que acontece por uma simples razão: onde estão os resultados? Quem é que gosta de pagar por um produto e não recebê-lo? Pagamos, e muito bem, por um sistema público de saúde que não nos atende proporcionalmente ao que nos é cobrado. A partir desse problema e de tantos outros, faz-se uma triste constatação. Somos um povo pacífico, mas nossos políticos conseguem fazer dessa virtude um defeito, trocando pacificidade por idiotice
(carta manuscrita enviada ao jornal O Globo publicada em 10/09/93)
Fundão fechado,
N
a edição do dia 10 de setembro, João Carlos Silva Cardoso exigia seu direito de ir e vir como cidadão, já que o campus da UFRJ vem sendo cercado, protegendo a Ilha do Fundão. Sou estudante de Educação Física da UFRJ e vejo a reclamação feita com puro egoísmo. Então pergunto: sob que aspecto o leitor estaria sendo prejudicado com o fechamento da Ilha após as 21hs? Não acredito que ele tenha um parente por lá ou o próprio usufrua das dependências da universidade, tampouco saiba da periculosidade em que se encontra o local. Somente com ironia poderia responder que, desse modo, o Sr. João está garantindo o "direito dos ladrões de irem e virem" com carros e pertences das pessoas que por lá passam.
(carta enviada por E-Mail ao jornal O Globo não publicada)
Sr. Fernando Henrique Cardoso,
A
nalisemos as circunstâncias que durante décadas nos perseguem e que pelo caminho traçado pelos nossos governantes tendem a piorar. De acordo com dados da UNESCO o Brasil tem o terceiro pior ensino do mundo. Que país tem a possibilidade de oferecer oportunidades igualitárias sem que a grande massa da população esteja instruída afim de reduzir a tão discriminadora desigualdade social? Não serei utópico a ponto de pedir igualdade a todos, pois nem mesmo os países mais adiantados desse mísero mundo em que vivemos são donos de tal proeza. O que venho pedir ao Sr. é que deixe de ser Presidente por alguns instantes e seja um homem comum, brasileiro, de preferência um educador efetivo, daqueles que sobrevivem em sala de aula. Esqueça um pouco do Real, da sua reeleição e seja Homem. Posso garantir que os dois primeiros casos serão consequências da virtude de um Presidente que soube peitar a grande força oponente do desenvolvimento e da justiça de um Brasil completamente falido para muitos, e altamente rentável para tão pouca gente. Para terminar, gostaria que o Presidente esclarecesse uma dúvida para aqueles que têm tantos problemas, que sequer sobra tempo para pensar nesta questão: Seus descendentes diretos, como filhos e netos, estudaram e ainda estudam em escolas públicas?
(carta enviada por E-Mail ao jornal O Globo não publicada)
P
arece piada. Imaginem a dificuldade que um aluno do primário teria ao fazer uma prova direcionada para vestibulandos. Esta é a forma mais clara de se perceber como as coisas aqui neste país funcionam às avessas. Não que eu seja contra uma postura mais prudente e segura ao se conduzir um veículo, mas analisemos o seguinte aspecto: A cultura nacional preserva sobretudo a "Lei da vantagem" e não há como desvincular essa cultura da educação a qual se recebe. Agora olhe a educação que nos é oferecida, mas não ria, apenas vá encaixando as peças do quebra cabeça. Voltando a nossa "Lei do Gérson", sabe-se muito bem que esta não é exclusividade de civis. Quantos policiais corruptos estão espalhados por aí? Sendo as multas mais caras, de acordo com o novo código, tenho o pressentimento que os famosos cafezinhos serão substituídos por "uísquinhos", "vinhozinhos", e dependendo da infração até um "caviarzinho". E um novo código não significa o fim das desigualdades e injustiças, ou alguém acredita que ricos serão punidos com o mesmo rigor que repreenderá a classe média diante da nossa justiça, que enxerga tão bem quanto uma coruja no escuro? Mais uma vez estão nos fazendo de trouxas, confundindo pacificidade por idiotice. Vão fazer com que nós aprendamos da forma mais cruel tendo em vista nossa realidade. Vão mexer no nosso bolso, que já anda vazio. Quando será, meu Deus, que teremos alguém que comece por onde se deve, para que nos possibilite trilhar a história de uma nação vencedora. Não começamos nem a engatinhar e já querem nos colocar de pé. Eduque-nos e nos ofereça saúde, depois cobre nossa educação!
I
nfelizmente as coisas da vida não são sempre como desejamos; ou será felizmente? Ah! Se pudéssemos escolher os nossos destinos. Se pudéssemos mudar as ditas coisas da vida, os acontecimentos, alguns minutos a mais ou a menos, se pudéssemos mudar as pessoas, as personalidades,... talvez então caíssemos na imperfeição do perfeccionismo, na monotonia dos desejos realizados. Não sonharíamos. Não teríamos uma história, nem mesmo uma estória espontânea. Apenas seríamos felizes para sempre!!!